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Cada vez mais me convenço que aponto sempre para situações impossíveis. E com isto não quer dizer que me esforce para atingir o inalcançável....infelizmente! Quero mesmo dizer que aposto em situações impossíveis que não vão, de todo, chegar a bom porto.
Os currículos que envio são para sítios onde à partida não irei ficar porque não tenho experiência.(porque o faço? medo da mudança? medo de efectivamente conseguir trocar de emprego e falhar?)
A última paixão que tive foi por uma pessoa que mora a 300km de mim. (apesar de saber que nunca iria funcionar, embrenhei-me nesta situação, dei de mim, investi emocionalmente numa relação que não ia passar de uma intenção)
Quero mudar de vida. De emprego, de casa, de cidade. Resumindo, de vida. (e não invisto em cada um individualmente. simplesmente fico amarga por nada acontecer.)
Sim, sou sonhadora. Mas não sonho o suficiente. Não sonho sonhos grandes para mim, para o meu futuro. Sonho irrealidades.
Hoje sonhei com ele.
Sonhei com a indecisão, com o medo, com o nunca saber ao certo, com aquela dúvida sempre presente.
Sonhei com o receio de não ser o suficiente, de ter que me desdobrar em duas, três ou quatro, para suprir todas as necessidades, mesmo aquelas que ele nunca soube.
Sonhei com o medo de não ser o suficiente. Outra vez. E outra. E outra.
Sonhei com o nervoso miudinho, aquele que depois de se enraizar não passa nunca. Nem depois de mais um dia. Nem depois de dormir. Nem depois de um beijo e de um "está tudo bem", nem depois de um "gosto de ti".
Sonhei com ele, outra vez.
Sonhei com a necessidade que sempre tive de agradar, de o agradar.
Sonhei com o medo presente na minha vida. Com o medo de perder, com o medo de não me querer, com o medo de não me verem como uma pessoa necessária, importante, querida ou desejável.
Sonhei com ele.
E acordei ansiosa e triste. Quando deixarei de me sentir assim?
Na noite passada sonhei com ele.
Sonhei que estávamos juntos, no alpendre da casa dos meus avós, a conversar sobre nós, sobre o nosso passado, o que tinha corrido mal entre nós, sobre os bons momentos que passámos juntos (todas estas memórias, estes momentos, pareciam passar como um filme numa televisão que não existia). Depois disso, falámos do que podíamos mudar e falámos de um possível futuro a dois, um futuro com os dois, mas diferente do que tínhamos, de forma a resultar.
Depois de tudo isto, e de decidirmos que íamos tentar novamente, ele fugiu. Saiu de casa a correr, entrou no carro e não olhou para trás.
Hoje à tarde, recebo mensagem da minha amiga T a dizer que tinha sonhado que eu e ele estávamos juntos novamente.