Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Obrigada pelo desafio, Bruna :)
Adoro escrever e não digo que não a este tipo de desafios.
"Estou sentada aqui sozinha. Sinto areia nos meus pés. Ou os pés na areia? Que diferença faz? Fazem-me comichão, mas num bom sentido. Olho para os meus pés, para as minhas pernas branquinhas ainda. Para não me deixar afundar em pensamentos supérfluos, desvio o olhar para o mar. Há quem diga que o mar acalma. Que o simples olhar para o correr das ondas, com o seu som característico, calmo e relaxante, a sua frescura com a maresia que nos salpica o rosto, que acalma. O mar a mim não me acalma. Gosto de olhar para ele, mas não me acalma. Antes, estimula o meu pensamento, a minha mente, o poder de reflexão. Ao olhar para as ondas, que rebentam à minha frente, penso. Penso na maresia que destrói os meus caracóis. Penso no frio que sinto quando o poder da frescura do mar supera o aquecimento fornecido pelo sol na minha pele. Penso em tempos passados quando era feliz. Penso na sorte de quem passa, ou sozinho (e a capacidade que têm de estar bem, mesmo estando sozinhos) ou acompanhado com amigas (e a capacidade que possam ter de não se importarem com o corpo ou com o que os outros possam pensar acerca dos seus corpos. Afinal, nem todos podemos ser super-modelos...) ou de mãos dadas com aquele alguém especial (e a sorte que têm em ter alguém que mantenha a sua mão na deles, que não a largue nunca). Olho em volta e consigo sentir o calor que emana da felicidade alheia.
E é entre a frescura do mar, a textura da areia, o calor do sol e a felicidade alheia, que consigo sorrir.
Levanto-me e vou viver a vida."