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Gosto mesmo da minha família.
Cada vez que nos juntamos todos é uma animação. Adoro almoços, lanches, jantares de família!
Entre pais, irmãos, sobrinhos, primos, tios e derivados, é incrível o tempo que passamos juntos. São as histórias da infância contadas uma e outra vez para embaraçar uns e outros, principalmente quando há alguém novo que se junta ao grupo. São as brincadeiras dos membros mais novos da família. Hoje até o "atira o pau ao gato" cantámos todos com a bebé M.
Até fiquei mais animada :)
E daqui a pouco vou sair com uns amigos.
E o vento lá fora está a tornar-se cada vez mais tempestuoso! O frio polar afinal é uma tempestade tropical.
Hoje foi um dia daqueles.
Ainda ontem pensei que já há muito tempo não chorava. Pois hoje, na viagem de volta, fi-la toda a chorar como já não chorava há muito tempo.
Já passaram praticamente 12 horas desde esse momento e ainda me ardem os olhos. Para sair, tive que me maquilhar mais que o costume para não se notar o vermelho em redor dos olhos e as olheiras mais acentuadas. O olhar triste, nem com maquilhagem lá vai.
Acho que desde há uns tempos para cá a minha auto-estima se encontra em valores perigosamente baixos. O sentimento que de ele desistiu de mim, de como vejo outros casais com relações que, para mim, não valem tanto como a nossa valia, faz-me pensar que a culpa de tudo ter acabado, de ele ter desistido de mim, é minha, porque não fui mulher o suficiente para ele, para fazer um "nós" durar.
Hoje tive a facada final, o pontapé na cabeça, o espezinhar de todos os meus sentimentos.
Acho extraordinária a forma como certas pessoas são incapazes de assumir os erros. Acharem que são donos da razão e que só a eles lhe pertence o poder da palavra final, a única certa e incorrigível. Às vezes, a única forma de sabermos o que realmente pensam de nós era sabermos como desligar os filtros de boa educação, senso comum, empatia pelo próximo e barreira social. Às vezes o álcool apaga parte desses filtros. Mas custa mais quando não há teor alcoólico algum onde pôr as culpas. Quando tudo o que ouvimos é o que realmente essa pessoa pensa de nós, mas por incapacidade de dialogar de forma racional à qual se junta uma raiva desmesurada accionada por uma situação que até dá para rir, raiva esta que, sinceramente, devia estar a ser medicada. E foi isso que aconteceu. Hoje fiquei a saber o que o meu pai pensa de mim. E não aquilo que sempre me disse quando, aparentemente não dizia tudo o que tinha para dizer.
Finalmente percebi aquilo que o meu irmão sente quando o meu pai lhe diz coisas horrorosas como me disse hoje a mim. Quando isso acontecia, ficava raivosa, envergonhada e triste pelo meu irmão. Quando isso acontecia à minha mãe, o mesmo, acrescentando o facto de a incentivar para responder de volta com argumentos que eu sei que ela sabe e que deveria usar de volta. Nunca tinha acontecido comigo. Mas hoje foi o dia. O dia de saber. E segundo o meu pai e as suas ideias sempre certas, a culpa de estar sozinha e a razão pela qual vou ficar sozinha para sempre, é tudo culpa minha.
Tal como disse, mais umas pisadelas, uns pontapés e umas facadas.
Hoje foi um dia marcado também por um reencontro, uma aproximação que não esperei possível.
Eu e a minha prima P, tendo apenas três anos de diferença, fomos sempre muito próximas desde pequenas. Morávamos perto uma da outra, brincávamos sempre juntas, passávamos férias juntas...enfim, quase inseparáveis.
Mas se antes dos dez anos essa diferença de idades não é notada, com o entrar na adolescência, o fosso fica muito maior [eu já ando no ciclo. não posso ser vista com crianças...] e o afastar leva a diminuição do contacto, dos interesses comuns, do à-vontade e da amizade até. As circunstâncias da vida afastaram-nos fisicamente e emocionalmente também.
E com isto se passou uma década.
Hoje fomos sair apenas as duas. Fomos às compras. Falámos como duas amigas, partilhámos histórias, memórias do passado, expectativas e planos de futuro.
Será o início de uma nova/velha amizade?