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19 de Julho: parte II

here in littlebubble, em 20.07.13

Ontem fiquei a saber que o meu ex-namorado tem uma namorada.

E doeu tanto. Eu sei que é normal haver restícios de sentimento e ciúmes, mas o que eu senti foi traição, foi uma facada, foi um desconsolo enorme. Como se só agora tivesse percebido que acabou. Uma sensação de abandono e de traição, uma sensação de injustiça. Soube que estava com ela no concerto, que já a apresentou aos amigos (que eram nossos amigos) e provavelmente à família. Já a trouxe de volta a casa. E senti-me tão mal, tão pequena, tão insignificante e dispensável. Senti-me como se eu não interessasse. E nem foi ele que foi capaz de me dizer. Seria menos duro? Mais duro ouvi-lo dizer? Só sei que foi horrível. E de vez em quando, a meio do concerto, dava por mim a pensar nele e como ele estaria com ela nos braços a cantar as músicas que adorávamos ouvir juntos.

E no regresso a casa tive um enorme ataque de choro. E quando cheguei a casa, sozinha, o mesmo. E cada vez que acordei durante a noite. E hoje de manhã, no trabalho. E cada vez que via ou ouvia algo que me fazia lembrar dele. Fui almoçar aos meus pais e tive que me vir embora rápido porque a vontade de chorar não me largava e se chorasse lá, era toda uma série de preocupações. E chorei enquanto ouvia música no rádio a caminho de casa. E enquanto lavava o carro do pó do Meco. E mal entrei em casa. E agora.

Não sei se isto é normal. Já passou um ano. Não sinto a falta dele, não sinto saudades dele, estou muito zangada ainda. Mas agora sei que o perdi de vez. Será por isso? Que já há alguém a ocupar o meu lugar? Será por isso que choro? Porque me sinto ameaçada? Porque até há muito pouco tempo, ele confessou a uma amiga nossa comum que queria falar comigo porque não conseguia deixar de pensar em mim. E eu não quis. Será que bastou isso para fechar a porta? A minha porta, para logo se abrir outra? Assim tão importante que já a traz a casa?

Estou tão magoada. E não sei porquê? Será que não eram apenas resquícios de sentimentos mas todo o sentimento ainda estava aqui, mas camuflado? Será que só estava à espera de um "grand gesture" que nunca aparaceu, que nunca se concretizou, por ele ser um desistente, por nunca lutar por nada, por mim?

Ainda ontem falava com a minha amiga sobre isto. Estou imensamente zangada com ele, mas também comigo. E estou porque quando tive que abdicar de alguma coisa na minha vida, abdiquei de tudo por ele e quando foi a vez dele, ele abdicou de mim pela sua vida.

E agora estou para aqui a sofrer, a chorar, com o coração pisado e esmagado e partido em mil bocadinhos. E choro.

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às 17:28

A carta que nunca te escrevi: ao R.

here in littlebubble, em 08.06.13

Conheci-te a medo. A primeira vez, beijei-te a medo. Mas ganhaste um lugar no meu coração tão rapidamente.

Foste a primeira pessoa que realmente gostava de mim. Conheci-te e dei-me a conhecer. Viste-me como mais ninguém. No bom e no mau sentido. No óptimo e no horrível. Conheces-me como ninguém. Ou deveria usar o "conhecias-me"?

Foste único para mim. E vais ter sempre um lugar de destaque nas minhas memórias, na minha vida, nas minhas decisões, na minha história, na minha maneira de ser, no que me tornei, nas minhas passwords, nas minhas fotografias, nas minhas viagens. Foste para mim mais importante do que toda a gente. Sei que o fui também para ti. Defendi-te, lutei por ti. Ultrapassámos de mão dada obstáculos muitos, metas, desafios. Chorámos juntos perdas, problemas, rotinas, parvoíces. Rimos tanto juntos. As nossas maluquices, as dos outros. Foste o meu melhor amigo, foste o meu único amigo. Foste o meu porto de abrigo. O meu diário, o meu confessionário. Pouco depois de te conhecer, contei-te tantos segredos meus, guardados a sete chaves no meu coração e na minha memória, escondidos do mundo e de todos os outros que faziam parte da minha vida, já antes de ti. Foi contigo que os partilhei. Não partilhei tudo, com medo. Mas partilhei-me a mim, à minha vida, à minha família, aos meus amigos. Partilhei sentimentos, partilhei emoções, partilhei a minha cama, a minha alma, o meu coração.

Durante muito tempo, foste para mim tão importante, tão mais importante que eu mesma. Valias mais para mim do que tudo. Fazia tudo por ti. Sempre fiz tudo por ti. Tomei conta de ti, tomei conta de nós. Sofria pelos dois, para tu não sofreres. Muitas vezes, em silêncio, chorei para que não me ouvisses, por tudo o que podias ter tido e tudo o que te foi negado. Tentei fornecer-te de amor, carinho, compreensão, amizade, para te compensar por tudo aquilo que merecias e não conhecias antes de mim.

Virei a minha vida do avesso por ti. Esqueci a minha família, reneguei a companhia dos meus amigos, de novos conhecimentos, de uma vida mais social, para estar ao teu lado.

E sei tudo de ti. Conheço-te (ou conhecia-te) como ninguém. Sabia o que pensavas e o que querias, mesmo antes de tu o saberes, ou quereres. E tantos dissabores isso me trouxe.

Tu, para mim, eras para sempre. The one and only.

E eu, para ti? Sempre me disseste que preferias ter-me conhecido mais para a frente na vida. Percebi desde muito cedo que te ressentias de mim por não conhecermos mais ninguém além de um do outro. Sempre percebi que preferias que eu tivesse sido a tua "última" que a tua "única". Se calhar conhecemo-nos cedo demais. Éramos novos de mais. O que sentíamos um pelo outro era intenso de mais. E eu queria-te a ti e tu querias conhecer mais além de mim.

A nossa vida a dois era sastisfatória, mas nunca completa. Sempre  faltou algo. Criatividade? Experiência? Faltou, sem dúvida, momentos de sinceridade e clareza no que queríamos. Mas sempre senti que te perdia um pouco mais. E isso impedia-me de falar. Tudo começou com medo e com medo continuei sem conseguir dizer-te o que sentia, com medo que visses para além de mim, com medo que afinal não me quisesses mais. Eu também sabia que as coisas não estavam a cem porcento, mas não o referi com medo. Com medo que não estivesses a notar e o começasses a sentir, assim que eu dissesse. E, com medo, calei-me e fingi. Calei-me e fingi porque te amava mais, muito mais do que os problemas todos juntos. Porque eras suficiente para mim. Porque sempre gostei mais de ti do que de mim. Sempre foi assim, para mim. E vejo, agora com um ano de distância, que essa vida a dois, não devia ter sido suficiente, nem para mim nem para nós. Mas principalmente, para mim. Que dava tudo e ia contra tudo e contra todos, por ti, por nós.

E quando tu finalmente tiveste coragem para rasgar o véu, e dizer que não era o que querias mais, que eu não chegava, o meu mundo ruiu. E agora estou aqui, um ano depois, sem ti. E, incrivelmente, sobrevivi. Não choro por ti. Raramente penso em ti. Sonhei contigo ontem, mas não fazes parte da minha vida. Já não. Sinto, sim, que estou zangada contigo. Ainda estou. Porque me fizeste sentir que eu não era o suficiente, para ti, para ser amada por ti, para, também tu, lutares por mim como tantas vezes fiz, para derrubares medos por mim como eu tantas vezes fiz, por decidires que eu era a the one and only, como tu eras para mim.

Decidiste isso sem me consultar, sem falar comigo. Tal como eu não fazia. O nosso problema não foi falta de amor, mas foi medo. Medo de falar e não resolver, medo de dizer e magoar o outro, medo de ser sincero e ver o outro chorar. Mas sinto que sempre fiz mais por ti do que tu por mim. E é por isso que estou zangada. Não só contigo, porque não o fizeste, nem com os meus amigos, que tudo viam, mas nunca foram capazes de me dizer, mas principalmente comigo, porque não me valorizei o suficiente para achar que merecia alguém mais do que tu, alguém que me pusesse à frente de tudo, alguém que achasse que eu merecia ser mais amada do que aquilo que fui.

 

Hoje, não falo contigo. Não me esqueço de ti. Nunca me vou esquecer de ti. Às vezes sinto a tua falta, nas coisas pequenas, nas coisas maiores. Sinto o fantasma da tua presença aqui em casa e na minha vida. Sinto a falta do teu calor, sinto falta do teu sorriso, do teu riso, do teu corpo, do teu conhecimento e da tua opinião. Sinto a tua falta. Mas não falo contigo, porque não posso. Ainda.

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às 16:33

Sonhos.

here in littlebubble, em 07.06.13

Hoje sonhei com ele.

Sonhei com a indecisão, com o medo, com o nunca saber ao certo, com aquela dúvida sempre presente.

Sonhei com o receio de não ser o suficiente, de ter que me desdobrar em duas, três ou quatro, para suprir todas as necessidades, mesmo aquelas que ele nunca soube.

Sonhei com o medo de não ser o suficiente. Outra vez. E outra. E outra.

Sonhei com o nervoso miudinho, aquele que depois de se enraizar não passa nunca. Nem depois de mais um dia. Nem depois de dormir. Nem depois de um beijo e de um "está tudo bem", nem depois de um "gosto de ti".

Sonhei com ele, outra vez.

Sonhei com a necessidade que sempre tive de agradar, de o agradar.

Sonhei com o medo presente na minha vida. Com o medo de perder, com o medo de não me querer, com o medo de não me verem como uma pessoa necessária, importante, querida ou desejável.

Sonhei com ele.

E acordei ansiosa e triste. Quando deixarei de me sentir assim?

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às 21:34


...retalhos de pensamentos, post its de emoções, pedaços de músicas, imagens que falam comigo e tudo mais aquilo que fizer a minha mente fervilhar...

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