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Hoje zanguei-me com uma amiga de longa data. Não foi uma zanga feia e sei que não vai durar muito tempo (porque nunca dura e as nossas zangas são sempre à volta do mesmo).
Esta minha amiga é uma mulher lindíssima, simpática...é mesmo daquelas pessoas de quem se gosta à primeira vista. Mas quando está numa relação, torna-se a pessoa mais submissa e apagada que há e só vive para a outra pessoa.
Tínhamos combinado uma saída de meninas e ela não pode porque ele não pode, não quer ou não quer saber. E irrita-me que ela viva em função dele, quando ele nunca o faz, quando ele faz o que quer, independentemente do que ela pense. E isto é algo que me toca pessoalmente, porque também eu vivi muito tempo em função de uma pessoa e quando essa pessoa decidiu sair da minha vida, vi-me completamente sozinha, porque fui cortando os laços, sem querer ou por simplesmente não os ir mantendo, com as outras pessoas da minha vida. E hoje sei como isso foi errado e o quanto custou o recomeçar de laços. E não queria que ela passasse pelo mesmo. Mas por outro lado, não posso viver a vida por ela, nem tomar as suas decisões, nem evitar que cometa erros. Porque, às tantas, o que aconteceu comigo pode não acontecer com ela. E lá porque eu não tive um final feliz, não quer dizer que o mesmo não se passe com eles.
Às vezes, acho que nestes aspectos, sou um bocado egoísta. Porque assumo automaticamente que o pior vai acontecer com as outras pessoas, porque foi o que aconteceu comigo e isso faz com que, pelo menos a determinado nível, a culpa de tudo ter corrido mal não tenha sido minha. E assim posso pôr a culpa na falta de sorte, na porcaria do destino, na p**a de vida, nele, por ser um fraco... enfim. Tudo para evitar responsabilidades.
Mas desde aí, aprendi uma lição, ao menos isso. Tento, ao máximo, não depender de ninguém. Mas é tão difícil, quando se está sozinha... Com quem vou a concertos, com quem vou ao cinema, com quem vou de férias...
E tudo isto para chegar à conclusão de que se calhar me zango com a S porque, na realidade, tenho ciúmes do que ela tem, por mais imperfeito que seja.
Há bocado pus-me a pensar.
Às vezes acho que é extremamente difícil alguém gostar de mim. Realmente interessar-se em mim.
Já há algum tempo que não faço um novo amigo e, pensando para trás, todos os amigos que fiz foram pessoas que, de uma maneira ou de outra, estiveram "presas" comigo num espaço físico. Colegas de turma que se tornaram amigos, colegas de trabalho que se tornaram amigos.
Onde quero chegar com isto?
Que começo a notar um padrão em tudo isto. Não sou uma daquelas pessoas que anima um espaço e que se mete com estranhos ou com amigos de amigos. Já me disseram que não sou uma people-person. Na altura, fingi-me aborrecida com o comentário mas é verdadeiro no mais ínfimo pormenor. Não sou uma pessoa de quem se goste no imediato. Sou daquelas pessoas (todos já conhecemos alguém assim) que passa meio despercebida de início, quase nem se dá pela presença, mas que depois, com continuidade de companhia e com conversas, se vai tornando alguém de quem gostamos, mas aos poucos.
Sim, e então?
Tenho que me esforçar para que gostem de mim. Tenho que trabalhar nesse sentido. E às vezes, sinto que devia ser mais fácil. Que não devia ter que andar atrás dos outros para que gostem de mim. Será porque não gosto de mim (mais uma vez)? Porque acho que não sou alguém que até eu quisesse conhecer? Mas eu acho-me interessante, de certo modo... Sou boa companhia. Porque é que demoram tanto a chegar lá? E será que conta, tendo eu que me esforçar tanto?
Gostava que fosse mais fácil.
Há uns tempos escrevi este texto. E hoje volto a revê-lo porque, mais uma vez, me deparo na minha vida com casos de pessoas que gostam de cortar elásticos, de cortar relações, de cortar laços. Porque é que o fazemos? Será que o nosso coração e a nossa vida têm limite de inclusões? E precisamos de apagar alguns contactos já registados para inserir novos? É que não percebo porque é que não tentamos, ao máximo, atingir um sem-limite de amigos, em vez de nos irmos esquecendo de alguns? Será o nosso tempo, o nosso carinho, o nosso amor pelos amigos limitado e que, quanto mais amigos temos, menos amor há reservado para cada um e como tal "quanto menos amigos, mais amor para distribuir"? Não deveria o amor crescer com os amigos, adaptar-se a eles e ao seu crescimento? Ou serão os amigos seres demasiado exigentes para termos mais do que uma mão cheia deles?
Aqui fica o texto.
Era uma vez uma menina bonitinha e moderadamente simpática que, ao crescer arranjou um grupo de amigos em dimensão proporcional à sua simpatia. O termo genérico “amigos” define a população de pessoas, normalmente de idades aproximadas e com interesses passados, presentes ou futuros semelhantes aos do próprio, não sendo, portanto, um grupo imutável. Deste grupo de pessoas vão saindo umas por alteração de morada ou por disputa de qualquer termo ou mesmo porque simplesmente, a personalidade foi alterando de forma a se integrar melhor noutro grupo de pessoas. Há também aqueles que vão entrando. Que começam por ser apenas espectadores, depois participantes de dedo-no-ar, tornando-se parte integrante desta matriz. Ora entre todas estas pessoas existe uma linha que os une, a linha da amizade. Com o tempo também esta linha se dilata, se embaraça ou se torna tão tão fininha a ponto de querer partir a todo o momento. É, desta forma, obrigação dos membros, tornar cada linha que os une a cada um dos outros o mais limpa, certinha e polida possível. Mas com o avançar do tempo, entra em jogo um novo tipo de jogadores muito apreciado: o namorado. E estes formam uma linha muito mais cor-de-rosa, mais agradável à vista, mais próxima também, uma espécie de elástico com muito menos capacidade de distender (porque ao fazê-lo, há grande probabilidade de se romper, ainda com mais facilidade do que a do grupo anteriormente referido). Esta linha do namorado é muito mais apetecível e como as linhas dos amigos se distendem com mais facilidade, esta menina tende a afastar-se mais dos amigos e a aproximar-se cada vez mais e só e apenas do namorado. E a partir daqui, continuando pelo decorrer de percurso, a história depara-se com uma bifurcação. Sim, a menina e o seu namorado são felizes para sempre, sendo que os amigos estão lá, se bem que um pouco mais afastados da luz da ribalta do que se encontraram inicialmente. Ou, pelo contrário, o namorado corta o laço que os une e tal como a qualquer objecto preso a dois elásticos, estando um deles extremamente distendido e o outro sendo cortado, o objecto, perdão, a menina é projectada a toda a velocidade para longe do namorado. Mas onde cai ela? No emaranhado de laços e redes e elásticos que é a matriz do seu grupo de amigos. Agora imaginando que durante este caminhar com o namorado, os laços com os amigos foram sendo cortados e não criados novos, nem tão bons, o que acontece à menina quando é projectada? Bate contra uma parede e morre.
Fim.
Moral da história:
Independentemente das relações amorosas, deve haver sempre grande interesse em cultivar, manter e acarinhar as amizades, as novas e as de sempre… Porque os amigos não devem ser apenas um escape, uma alternativa garantida quando não há mais nada que fazer. E tal como um elástico quando é puxado ao extremo rebenta, também um elástico estático, perde a sua elasticidade, sendo que qualquer pequeno toque, pode resultar numa quebra.
Esclarecimento:
A menina desta história pode ser um menino também. É só trocar os pronomes para o masculino e fazer alteração dos adjectivos.
Esta história é completamente fictícia e não baseada em acontecimentos nem personagens reais, baseando-se única e exclusivamente em factos do senso comum. Caso algum dos leitores se reveja na menina, trata-se de pura coincidência. Isso ou estão a precisar de avaliar as vossas escolhas de vida.
Hoje o dia começou a prometer. Acordei com um vizinho qualquer (aposto no de cima...) a vomitar. Sim, eu tenho o sono leve a esse ponto. Voltei a acordar cheia de sede. Voltei a acordar de um salto por causa de um sonho do qual já me esqueci. E entretanto, tocou o despertador.
Um dia de muito trabalho, aliás, como têm sido os últimos tempos. Parece que cai tudo sobre mim. Fiz horas extra que não me vão ser pagas. Dói-me a perna e só me apetece comer porcarias. E quando pensava que ia chegar a casa para descansar e relaxar, deparo-me com um email de uma amiga a cancelar planos feitos há que tempos para umas férias só de meninas. E logo a seguir, telefona-me outra amiga, também chateada com este primeiro mail e a ameaçar rescindir com a amizade se a frente fria dela não terminar. E eu no meio do furacão, como sempre.
Estou cansada. Não tenho série nenhuma para ver. Acabei o meu livro ontem e não sei no que pegar.
Segundas-feiras....
E o que não percebo é a facilidade com que se afastam amigas, com que se acabam amizades de anos e anos. E porquê? Por um namorado acabado de chegar? Por estabilidade financeira? Porque elas estiveram sempre aí para ti, sempre a lutar por ti, sempre a puxar por ti e a apoiar-te? Como pode ser para alguém tão fácil dispender de amigas, quando eu quero, a todo custo, arranjar mais e mais?
Depois de uma tarde no Jardim da Estrela, a ouvir o Tiago Bettencourt, com um grupo enorme de amigos e um piquenique enorme, cheio de coisas boas, mesmo assim, não estou bem.
Estou zangada. Zanguei-me há uns dias com uma das minhas melhores amigas, porque ela às vezes consegue ser um pouco auto-centrada (e isto é um eufemismo...) Só os problemas dela é que são importantes. Quando ela está bem, todos têm que estar bem e quando ela está mal, não interessa como os outros estão. Queixar é razão de mariquice, excepto se for ela a fazê-lo. Isto tudo, misturado com a minha personalidade encantadora, só podia dar porcaria... E nem conseguir disfrutar da tarde...
(Não gosto de ser egoísta. Nem gosto de ser ciumenta. Mas isto é o meu blog, o meu diário, o meu espaço de desabafo e reflexão portanto aqui posso dizer isto.
Hoje a última das minhas amigas que ainda é solteira disse-me que tem um amigo especial, um flirt, um namorado maybe.
E apesar de ter ficado super contente por ela, visto que ainda tem menos sorte que eu ao amor, deixa-me numa posição horrível. Sou a última. Sou a que está sozinha e a que é sempre a terceira pessoa.
E apesar de estar sozinha e da minha relação ter acabado, vejo à minha volta todos estes casais cujas relações são aparentemente muito piores que a que eu tinha. E isso faz-me pensar. Será que as pessoas exageram nos seus problemas? Será que era eu que fechava os olhos aos problemas? E eles eram maiores do que eu via? Eu simplesmente, apesar da relação ser boa, nós dois não o éramos?
Sad.)
NOTA: quando se trata de um aparte ou de dizer algo que quero dizer, mas talvez não devesse, costumo fazê-lo dentro de parêntesis. Como se de um segredo ao ouvido se tratasse.
1. andar de metro e autocarro (e alguém se perder)
2. ai, o tempo inglês!
3. os britânicos afinal não são tão frios como se pensa. antes, são amáveis e atenciosos
4. a felicidade ao ver pela primeira vez o Big Ben
5. fish and chips num pub
6. os museus que são todos de entrada gratuita
7. as histórias da Torre de Londres contadas por um beefeater chamado Peter
8. "mind the gap! please, mind the gap. mind the gap, please"
9. a loucura do "Keep calm and..." em todo o lado
10. passar a Tower Bridge a pé
11. o mercado em Notting Hill (e todas as casas com portas azuis com turistas a tirar fotos)
12. a plataforma 9 e 3/4 e o giraço a distribuir cachecóis das várias equipas de Hogwarts (que me piscou o olho e disse "nice choice" quando escolhi o vermelho e amarelo de Gryffindor)
13. hyde park, regent's park, st. james's park: imensidão de verde!
14. as notas com a cara da rainha e as moedas difíceis de compreender (e a piada fácil "tenho a carteira cheia de pennys")
15. andar no London Eye e ver Londres toda de uma só vez
16. os nomes que se foram tornando conhecidos: waterloo, westminster, chelsea, cockfosters, piccadilly, holborn
17. as bolachas e o chá em Covent Garden
18. comprar chá para trazer e oferecer, em latinhas fofas nos mais variados formatos
19. ir ao harrods e ficar chocada com os preços
20. comer um gelado sentada no parque num domingo à tarde
Ontem contei um segredo bem escondido a uma amiga.
Sou daquelas pessoas que gosta pouco de falar, que prefere claramente escrever. Porque fico menos vulnerável, porque me exponho menos, porque quando falo, choro e não gosto quando isso acontece (e acontece sempre).
Contei-lhe, então este segredo, meses depois de ter acontecido. A minha amiga ficou triste comigo por não lhe ter contado antes, por não ter confiado que ela teria ficado contente ou triste por mim, porque nem sequer lhe dei essa hipótese.
E eu compreendo. Mas os meus sentimentos estão constantemente à flor da pele e não sei lidar com ele. Então escondo-me.
Mas ela disse-me: