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Primeiro post de 2013.
A noite de ontem, incrivelmente, foi uma boa noite.
Depois de algumas desilusões na forma de cancelamentos por parte de amigos, que preferiram o seu próprio conforto à minha vontade de fazer planos, acabei por ficar apenas com a minha amiga V. Não quero ressentimentos no meu coração este ano e como tal, já enviei a cada um deles uma mensagem de feliz ano novo, apesar da desilusão que me causaram nas últimas horas do ano findo. Fomos jantar as duas a um restaurante italiano bastante agradável, se bem que a sangria não foi das melhores que bebi... Jantámos e conversámos e rimos e partilhámos histórias e opiniões. Foi agradável, apesar do temporal que se fazia sentir lá fora. Depois disso, fomos até ao casino. Foi um bom final de ano, apesar dos muitos sentimentos e pensamentos que fluiram através de mim.
À meia noite, incrivelmente, foi nele que pensei. No R.
Mas este ano, vai ser diferente. É em mim que vou pensar.
Ontem, enquanto via os primeiros episódios da série "The New Normal", houve algo que uma das personagens disse que fez todo o sentido para mim:
Life felt safe even though it wasn't. Maybe if i felt less confortable, i wouldn't have wasted so much time.
E fez todo o sentido para mim, porque durante muito tempo, com o R, apesar de saber que não estávamos bem, a vida fazia sentido. Era certa, sabia bem assim. E se calhar foi por isso que escolhi não pensar em tudo o que não corria bem. Se calhar, por ser diferente de mim, ele pensou. E por isso foi ele que escolheu sair e que eu não esperava. Porque me sentia confortável com este arranjo que tínhamos, apesar de não me sentir totalmente realizada na relação. E então, o tempo foi correndo e fomos perdendo tempo juntos. Se calhar por isso, todo o tempo que passámos juntos, esta década, não pareceu assim tanto tempo. O tempo corria e corria sem esperar por mim. Desperdicei tempo, tempo que agora considero precioso, apenas pela minha dificuldade de aceitar ou sequer fazer por haver mudanças. E ontem, enquanto ouvia o Pedro Abrunhosa, apercebi-me que estou atrasada. Tenho 26 anos e sinto que estou atrasada na vida. Tenho amigos a casar, uma amiga ficou noiva ontem e eu sinto que desperdicei muito tempo com uma pessoa que eu sabia (e ele sabia) que não era para sempre. Porque é que fiquei? Porque é que ficámos? E agora sinto que perdi demasiado tempo e que já devia ter atingido mais na vida. Sinto-me em atraso. Será que foi conseguir recuperar esse atraso? Voltar de novo aos carris?
Espero que seja isso que 2013 tenha preparado para mim. Eu vou fazer por isso.
Depois do que espero que seja o meu último ataque de choro de 2012, a calma volta a instalar-se em mim.
Foi, sem dúvida, um dos piores anos que já passei. Desde o acidente da minha avó, logo nos primeiros dias de Janeiro, mais uma doença para a minha mãe, a minha separação, a do meu irmão também, um acidente de carro... Pequenos acidentes isolados, mas que custam e magoam, ainda para mais se já houver uma mágoa e uma tristeza prévia.
Foi um ano de muitos azares, muitas desilusões, muito choro, muita tristeza.
Foi um ano em que me senti infinitamente, terrivelmente sozinha.
Foi o ano em que pus tudo em causa. A vocação, a sanidade, o amor, a vontade de continuar, a ambição, as amizades...
nobody said it was easy. no one ever said it will be this hard.
Espero para 2013 um ano melhor. Aliás, só pode mesmo ser. Mas não vou deixar tudo nas mãos do destino. Já decidi que, este ano, vou lutar por mim, pela minha felicidade.
Muito raramente faço resoluções de ano novo. Eu que adoro listas, porque não as faço?
Acho que a razão mais óbvia é porque não acredito em mim e nas minhas capacidades.
Mas para 2013, já decidi.
- vou começar a gostar de mim
- vou cuidar do meu corpo e da minha imagem
- vou deixar de roer os dedos
- vou controlar as emoções e deixar de ser uma chorona
- vou fazer amigos novos
- vou resolver o meu problema
- vou fazer exercício físico e ter cuidado com a alimentação
- vou fazer coisas que gosto. Porquê deixar para outra altura?
- não vou deixar de fazer nada só porque não tenho companhia
- não vou implorar que estejam comigo. Quem quer estar, está.
- vou acabar o curso de fotografia
- vou ler mais (mínimo: 1 livro por mês)
- vou estudar
- vou actualizar o meu curriculum e mudar
- não vou ter medo de mudanças
- vou arriscar
- vou ser mais feliz
- vou dançar mais vezes
- vou deixar de me preocupar tanto
- vou fazer o workshop de sushi
- vou fazer uma garrafa de memórias boas (porque tenho uma tendência incrível para apenas me lembrar do mau... e como tal, vou encher uma garrafa com todos os pedacinhos de bem que me vão acontecendo ao longo do ano, para nunca me esquecer deles!)
- vou a londres
- vou-me impor mais
- vou crescer
- vou voltar a amar
- vou fazer coisas fora da minha área de conforto
- vou ver as mudanças como um desafio e não como uma barreira
- vou-me superar
- vou-me divertir!