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Dois Cartazes da manifestação de 15 de Setembro em Lisboa: "Há quem tenha medo que o medo acabe" e "Os políticos são como as cuecas. Têm que ser mudados"

here in littlebubble, em 15.09.12

Num dia de manifestação massissa por todo o País, fico orgulhosa do nosso povo. Vejo, finalmente, os portugueses a falar, a aexercer a sua cidadania, a começar de novo, a virar uma nova página, a mostrar opinião, a erguer a sua voz contra o que não concordam. O Estado, no verdadeiro sentido da palavra, não é um grupo de políticos de compõem momentaneamente o governo. É sim, o povo, todos nós. E como tal, o povo sai à rua e falaa, exprime-se, diz que "não", dia "basta", diz "já chega", grita "que se lixe a troika, queremos a nossa vida de volta".

Somos parte da Europa, somos parte integrante desta comunidade europeia e assim sendo, temos que nos fazer ouvir e temos que mostrar que temos voz, que já não somos os cordeirinhos que nos fomos tornando por conformismo, porque não adianta, porque nos dói a barriga ou porque joga o Benfica. Não podemos continuar apenas a nod and wave como até agora, quais pinguins de Madagascar.

 

E foi hoje que, finalmente os velhos do Restelo deixaram de se queixar apenas nas mesas de café ou em casa, à mesa de jantar, e pegaram em cartolinas e marcadores e escreveram cartazes em que impunham um sonoro e inequívoco "Vão-se f*der"!

 

E já agora, depois de ver reportagens em directo em vários canais da televisão portuguesa, aproveito para referir a pequenez da nova geração de jornalistas, que fazem de pivôs e jornalistas de reportagem em horários não tão nobres a um sábado à noite, certamente porque não há mais ninguém para o fazer. Não sei se é o ensinamento nas faculdades de jornalismo que está a piorar e a voltar-se para o jornalismo sensionalista, se se trata apenas de jornalistas que fazem parte da geração-eu-vejo-a-tvi-desde-pequenino. Isto porque cada mais se vê com maior frequência, que a notícia mais sensionalista é a mais perseguida. E mesmo que uma notícia seja de conteúdo sério, tal como dizia um psiquiatra que agora me falha o nome que há pouco num painel de comentadores na Sic Notícias dizia "o conteúdo de uma mensagem é óptimo mas se a forma for inapropriada, é tudo para nada". E com isto quero apenas dizer que durante a noite de hoje, vi jornalistazinhos, ao invés de enaltecerem a coragem e a voz de um povo que até agora ouviu e calou, sofreu em silêncio cortes, impostos e austeridade, preferem focalizar toda uma reportagem única e exclusivamente numa minoria que se encontra em frente ao parlamento não para lutar pelos seus direitos, mas simplesmente para lutar. Preferem apontar as câmaras para a minoria que, por detrás da máscara do anonimato, destabiliza e tenta provocar a autoridade, manchando a manifestação pacífica que até aí se fazia sentir. E mesmo sendo a minoria, é na "tensão do ambiente" e no "estão a atirar pedras da calçada à polícia" que estes repórteres escolhem focar.

 

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às 23:48


5 comentários

De anónimo a 16.09.2012 às 02:06

Gostava que me dissesse qual a alternativa?
O Estado deixa de pagar as suas obrigações?
Muito bem, no dia seguinte o dinheiro emprestado vai-se embora e Portugal entra em bancarrota. No dia seguinte gostava que explicasse às pessoas que não há mesmo dinheiro para comer.
O que são dois ou três anos de austeridade com a possibilidade de 20 anos como a Argentina sem dinheiro?
Onde esteve você quando os últimos dois governos socialistas gastaram sem controlo o dinheiro dos contribuintes, também se organizaram manifestações contra o despesismo?
Seja patriótico!!

De littlebubble a 16.09.2012 às 11:59

Fã do Miguel Beleza?

Eu compreendo a necessidade de austeridade, mas não compreendo que seja feito de forma inconstitucional, não compreendo que seja feito sempre à custa dos mesmos, não compreendo que a solução seja retirar aos reformados, não compreendo que se fale em austeridade e o primeiro ministro exija que a entrevista que deu à RTP seja no palácio de Belém e não nos estúdios, fazendo o custo desta entrevista subir exponencialmente (custo suportado pelos constribuintes), não compreendo que agora se exija às pessoas que doem uma percentagem tão acentuada do seu vencimento, quando há uns tempos se nacionalizou o BNP e toda a sua dívida, quando há pouco tempo se gastaram milhões em estudos apenas para decidir onde iria ficar um aeroporto.

Fala que se tratam de apenas dois ou três anos de austeridade, ao invés de uma vida de fome, mas com certeza tem a noção de que já existem pessoas que passam fome agora? Pessoas que têm a sua vida já no limite e que com menos 7% do vencimento por mês, com contas certas para pagar e talvez o cônjuge desempregado e todo o dinheiro contado, ficam esses na bancarrota? O que fazem essas pessoas? Dizem aos seus credores "são só dois ou três anos...eu depois acerto as contas" ou serão apenas danos colaterais?

De Anónimo a 16.09.2012 às 22:38

Acertou, fã do Miguel Beleza, mas a questão não é essa.
A questão é: há alternativa a este governo ou ao apoio externo?
Resposta: o PS é maioritariamente composto na sua bancada por muitos dos ex-ministros, especialmente os de ligação directa a José Sócrates. O BE e o PCP, com o devido respeito, vivem na estratosfera...
Quanto à fome, reconheço plenamente o que disse, mas o mundo funciona assim infelizmente, por muito que não o deseje, é assim e nada o vai mudar. Portanto, entre 20 anos de fome generalizada e um ou dois anos de austeridade qual a melhor opção?
A questão do BPN é sempre interessante, porque motivo não houve uma mobilização social anti-nacionalização de um banco que não precisava minimamente de ser salvo?
Eu estou do seu lado, mas as coisas devem ser vistas com distância intelectual, porque senão por vezes as coisas saiem-nos pior do que queríamos.
O senhor acha, por exemplo, admissivel que durante anos e anos a RTP1 tenha tido um passivo de 300 milhões de euros, que o seu escritório do Porto tenha mais trabalhadores/jornalistas que a estação da TVI inteira? isso não é serviço público...
Enfim, gostei de passar por aqui.
Obrigado.

De littlebubble a 16.09.2012 às 23:11

Acho que a resposta à sua pergunta é simples. Vivemos num país que, infelizmente, é demasiado afastado ou inculto mesmo no que diz respeito à política e sistemas de governação. Daí a abstenção, daí o desinteresse, daí ninguém saber quem é o ministro disto ou daquilo.
A mobilização é feita, penso eu, quando se atinge um momento de "última gota de água" que faz tudo transbordar.
O português é, tipicamente, um povo do deixa-andar, vai enchendo o copo, enchendo, aceitando, fingindo que não vê, que não custa, que não sabe ou que não quer dizer. Até ao ponto em que explode. Até ao ponto em que lhe mexem no bolso, directamente. Duas vezes no mesmo mês.
Obrigada por ter passado.

De sweet a 16.09.2012 às 16:12

Concordo plenamente com a última parte do texto, os repórteres focaram-se unicamente na parte negativa. Um dos cartazes que eu mais gostei era um que dizia " Não somos os filhos da democracia, somos os pais da próxima revolução".

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