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Depois do post de ontem, fui à minha estante de livros e voltei a pegar no "Poder, Liberdade e Graça" e estou efectivamente a lê-lo. Já vou a meio (também não é grande, diga-se de passagem).
Percebo os conceitos e concordo com a lógica de alguns, mas acho que sou incapaz de os pôr em prática. Felicidade que não depende de nada? Mente que não avalia, nem julga, nem inquire? Não ser positivo, nem negativo, mas natural? Ser feliz, independentemente do que nos rodeia? Não ter medo da morte, porque o que se perde é a matéria, mas a mente, sendo uma projecção extracorporal, nunca acaba? Epa... quem me dera conseguir aplicar estes conhecimentos, acho que era muito mais feliz. Ou livre. Ou ambas.
E porquê toda esta torrente de pensamentos negativos? Porque imagino tanta coisa na minha cabeça e tenho medo de tomar atitudes porque sou pouco aventureira e pouco (auto)confiante e acho que tudo vai correr mal. E depois, resolvo tomar atitudes e deixar de pensar negativo e o que acontece? As coisas correm mal. Acho que ponnho sempre demasiada esperança e expectativa em tudo e depois acabo desiludida. Comigo, com os outros, com o mundo. E acabo sempre por pensar que a culpa é minha. Por não ser boa o suficiente para que outros reparem em mim ou se interessem por mim ou que fiquem comigo.
(imagem daqui: Tumblr)
Estive aqui em modo depressivo hoje. Acho que se está a tornar um padrão. Sempre que tenho mais tempo livre, gasto-o a deprimir e a pensar no que não tenho e no que me falta. Acho que, finalmente, percebi: não sou capaz de ser feliz sozinha. Isto é, a minha felicidade depende sempre de alguém. De alguém querer estar comigo, de alguém gostar de mim. Preciso de sentir que sou desejada, que sou amada, que há alguém que tem interesse em mim ou em estar comigo. E depois, quando me vejo sozinha, com todo este tempo nas mãos e sem nada para fazer, sem ninguém com quem estar, para além do meu sofá e das minhas séries, deprimo. Também não era para menos, certo?
Há uns Natais atrás, o meu irmão ofereceu-me um livro "Poder, Liberdade e Graça" do Deepak Chopra. Na altura, não achei piada nenhuma porque é uma espécie de livro de auto-ajuda. Sinceramente, já o tentei ler por duas vezes, sem grande sucesso.. Aborrece-me a conversa que me soa a fiada, os generalismos, a psicoanálise... Mas lembro-me de uma parte que li e me ficou na memória. O livro diz:
Não sei se acredito nisto tudo, mas se o fizesse sei que estaria melhor. Se deixasse de fazer depender a minha felicidade dos outros, certamente seria mais feliz, para além de que, claramente, não tinha tantas decepções.
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Eu sou daquelas pessoas que adora dizer "amo-te". Acho uma palavra relativamente feia (a sua fonética e a forma como o português a diz tipicamente como um som fechado e para dentro), mas todo o sentimento inerente à necessidade e à vontade de o dizer ao outro, é simplesmente extraordinário!
Já não o digo há ano e meio, quase. Desde que o meu mundo ruiu. Mas agora que se está a começar a compôr e que, também eu, me estou a começar a compôr, anseio por encontrar alguém que mereça estas palavras, que as ouça e que mas digas.
E como, de momento, não o posso fazer, deixo-vos este texto do Miguel Esteves Cardoso, no Expresso. Incrível. Simplesmente inacreditável.
"Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Miguel Esteves Cardoso in Expresso
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(Ler mais em http://obviousmag.org/archives/2006/05/elogio_ao_amor.html#ixzz2i0CTYp1p
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Hoje, sendo dia de folga bem que podia dormir uma sestinha. Mas a verdade é que a minha cabeça não pára. Não param de rolar pensamentos e ideias e planos e medos e dúvidas. A minha amiga T insiste comigo que devia combinar um cafezinho com o meu novo amigo para finalmente nos conhecermos. "Mesmo sem ele tomar iniciativa?", pergunto eu. Ela insiste que muitas vezes os rapazes não gostam de tomar a iniciativa porque não querem ser considerados como abusadores. Não sei se isto é verdade ou se é ela a tenar animar-me, mas a verdade é que não tenho nada a perder. A não ser ouvir um não. E ficar triste. E magoada. E com a auto-estima lá no fundo. Mas estou a ponderar. Daí não conseguir parar de pensar. Esta noite, por outro lado, fartei-me de dormir. E com mais horas de sono, tenho tendência a sonhar. E esta noite sonhei com o ex. E a coisa mais engraçada é que, enquanto estivémos juntos, acho que não me lembro de ter entrado nos meus sonhos uma vez que fosse. E agora, nas últimas semanas, tem sido protagonista dos meus sonhos. No sonho passado, ele tinha ido falar com os meus avós, para lhes pedir desculpa por me ter deixado (don't know why...) e queria resolver as coisas comigo. No sonho da noite passada, era eu que o tentava convencer a voltar.
E se são estes sonhos que me preenchem o sono, prefiro ficar acordada e pensar noutros cenários.
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Como referi há uns posts atrás, conheci uma pessoa. Ou melhor, estou a conhecer. No sentido mais literal possível. Não o vi ainda, não falei com ele. Só nos temos conhecido, através da escrita. Acho que preciso de dar mais de mim, de conhecer novas pessoas.. e esta tem sido uma maneira. Já sei várias coisas sobre ele e ele sobre mim. Somos parecidos em muitos aspectos e noutros nem por isso. Não o conheço ainda, mas estou a conhecer. É simpático, educado, não dá erros a escrever, gosta de várias coisas que gosto e é bastante giro. Apesar de estar provavelmente a adiantar-me e, mais uma vez, a fazer histórias na minha cabeça, gostava de conhecê-lo melhor. Mas sinto que ele não está a dar os passos que eu pretendia. Já surgiu o tema "café" várias vezes, já insinuei, já indirectamente convidei, mas ele ainda não apanhou o isco. Portanto, ou se está a fazer de difícil, ou simplesmente não quer. E como acho que dificilmente os homens se fazem de difíceis, provavelmente não quer mesmo... e há vezes em que é isso que penso e penso em desistir. Mas outras vezes, torna-se tão charmoso que não consigo fazê-lo. Para a semana estou de férias e estou a pensar convidá-lo, desta vez directamente, para um café. E aí fico logo a saber a resposta dele. Faço bem? Faço mal? Simplesmente, acho que não tenho nada a perder. Ouvir um não...é só mais um. E se correr mal, não perco nada. Pelo contrário, é uma óptima oportunidade que não quero perder. Estou farta de playing it safe. Agora só quero mesmo entrar no jogo (=play)
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Não, esta não posso. Faço-o, mas não posso. Voltei a inscrever-me num ginásio e já fiz uma aula de GAP que me deixou coxa durante uma série de dias. A minha amiga T diz que é por estarmos a ficar velhas. Eu digo que é porque já não fazíamos exercício há tanto tempo que o corpo já não estava habituado. Agora a partir daqui é sempre a subir! Ou melhor, a descer (na balança e nos números das calças)
Depois de terminar o meu namoro eterno, emagreci quase 5 quilos numa semana porque simplesmente não comi durante esse tempo. A fome ia e vinha, tal como os ataques de choro. Depois disso, achei que não importava e que ninguém ia olhar para mim mesmo e portanto não me coibi de comer nada do que me apetecia com medo de ganhar banhas. Comecei a ter uma alimentação mais descuidada, até porque só tinha que cozinhar para mim. Comecei a comer mais comida pré-feita, que me dava menos trabalho e menos que pensar. Acho que foi a altura em que estive mais gorda. Isto também coincidiu com o facto do meu ginásio fechar e ter parado o exercício por completo. A celulite foi aparecendo, assim como o pneuzinho. Agora...já tenho cuidado com a alimentação novamente (se bem que o mês de Setembro foi uma desgraça), voltei ao ginário e quero tomar conta de mim. Porque mesmo não tendo ninguém, tenho-me a mim. E eu valho tanto como outro qualquer. E quero estar bem por mim e para mim. E como tal, quero dizer (de vez em quando) não ao chocolate.
Mas hoje foi uma excepção. Houve um aniversário que envolveu bolo brigadeiro. OMG, como fiquei mal disposta depois de comer uma fatia... Overdose de chocolate ou peso na consciência?
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Acho que já partilhei este meu problema. A minha capacidade para imaginar e magicar e fazer histórias e diálogos que ocorrem de forma constante na minha mente já fértil por natureza.
Apesar de todos os contratempos amorosos que já tive, as desilusões, as tristezas, a solidão, a mágoa e o medo, acredito plenamente no amor. O amor apaixonado, o amor carinhoso, o dar a mão, o beijinho, o abraço apertado, o sorrir só de ver o outro, a partilha, a troca de sentimentos, a troca de emoções, o ser feliz. E nada disto é luxúria. É pura e simplesmente romantismo desmesurado.
E sim, a minha forma preferida é o coração :)
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Há uns dias, fui sair com uma amiga que recentemente terminou uma relação que durava desde a altura que também a minha começou. Era um namoro antigo, estranho para muitos, para mim também, mas essencial para ela. Sempre a achei uma rapariga decidida e como é extremamente bonita, sempre assumi que tinha bastante auto-estima. E portanto, nunca percebi o porquê de se deixar enterrar numa relação que só lhe dava chatices, na qual não era, claramente, a parte importante, pela qual abdicou de muito e de muitos, nunca sendo valorizada ou mimada, de maneira nenhuma. Mas agora que acabou, vejo como ela estava (e está ainda) dependente dele. As relações são complicadas, complicam-nos e tornam-nos pessoas diferentes. Ontem, em conversa com ela, insistia comigo em enviar mensagem, reconectar-me com alguém do meu passado, alguém com quem nunca aconteceu nada porque eu tinha namorado, na altura. Ela insistia em que eu não tinha nada a perder, porque é que estava a ser tão receosa e que, mesmo pelo facto de já não o ver há alguns anos, isso até era um ponto positivo. Sempre tive medo da rejeição, do ridículo. Nunca pensei em mim como irresistível. Tenho noção de mim (plena noção), do meu físico, das minhas capacidades intelectuais, capacidades amorosas, capacidades relacionais. E muitas vezes, não me dou demasiado valor. Espero sempre o "não" e por esperar esse tipo de resposta, nunca aponto para o "sim". E por não o fazer e por achar que o "não" é a resposta que vou ter, muitas vezes nem sequer tento. E recusei-me a enviar a tal mensagem. Mas hoje ainda não fui capaz de me livrar desse pensamento. E na onda de dizer que sim, na onda de ser mais positiva, mais pro-activo, menos dependente da negatividade que me é inerente, voltei a tentar com a pessoa que conheci agora nas minhas férias. Ainda não escrevi sobre ele aqui, porque, do alto das minhas superstições, continuo a achar que sempre que falo com alguém sobre alguém, é sinal que começo a ter demasiadas expectativas e é quando as coisas começam a correr pior. Esta pessoa é alguém que conheci através das redes sociais. Temos falado, temos algumas coisas em comum. E é fácil falar através da escrita...o problema é falar, mesmo falar. Ainda assim, introduzi o tema "café", mas não sei se me levou a sério, porque não deu o seguimento que eu queria ao assunto. É muito educado, responde-me sempre bem, faz :) e ;) e :P mas tem pouca iniciativa. E claro que eu penso logo que é por falta de interesse ou pelo facto de eu ter pouco interesse para os outros... Enfim, o objectivo é fazer o meu melhor, tentar ser o melhor e esperar pelo melhor.
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