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Ontem foi, nos jardins da Torre de Belém, o concerto dos the XX.
Conheci esta banda há relativamente pouco tempo, considerando que já tinham lançado dois cd's quando os ouvi pela primeira vez. Mas fiquei imediatamente apaixonada pelo som diferente, pela voz dramática e perfeita dela, pela junção das vozes dos dois, pelas letras apaixonadas e trágicas, ao mesmo tempo.
Quando soube que vinham dar um concerto em Lisboa, de seu nome Night and Day, um concerto diferente na sua concepção, para uma banda também ela diferente. Série de concertos Night and Day, em três destinos privilegiados da Europa, sendo Lisboa o primeiro dos três. Chama-se Night and Day porque começou às 16h com músicos e DJ's convidados pela própria banda que encheram os jardins da Torre de Belém bem cedo de música, nesta tarde maravilhosa de sol de domingo.
Com a merenda atrás e mantinhas para deitar no relvado, ainda apanhámos um solinho óptimo enquanto ouvíamos ao fundo, o som que o DJ passava, que contrastava com a harmonia primaveril daquela tarde.
Entre música ouvida pela primeira vez, conversas com amigas, sessões fotográficas constantes, encontros e desencontros, morangos e uvas e um concerto estonteante dos The XX, tratou-se de um domingo muito bem passado!
Alguém esteve por lá?
(fotografia daqui: https://www.facebook.com/everythingisnew)
PS: e sim, tocaram a minha música preferida "VCR"
Se calhar todas as pessoas pensam assim, mas eu tenho efectivamente a melhor mãe do mundo! Sorry!
A minha mãe é incrível. É amiga, é confidente, é sorridente, é afectiva, é inteligente, é simpática, é querida, é doida, dá gargalhadas contagiosas, é sincera, faz sempre tudo por nós. Gostava que fosse um pouco mais forte, por ela. Para que, de vez em quando não se fosse abaixo. Porque o meu pai não é o melhor pai do mundo. E não o é porque nunca foi educado para ser carinhoso ou paciente ou compreensivo. Já a minha mãe, exactamente pela infância que teve e por tudo o que os meus avós fizeram por ela, é que se tornou nesta pessoa maravilhosa que é hoje. E é exactamente o que faz por nós.
Já falei há uns dias da minha dificuldade em falar, em me exprimir, em dizer em voz alta o que sinto e o que penso. Mas à medida que o tempo vai passando, vou conseguindo falar mais e mais sobre o que me vai no coração, na mente, na alma. E a minha mãe foi parte integrante deste processo. Sempre pronta para me ouvir, para me apoiar, para me defender, mas também para me criticar, se faço algo mal. Porque também não acredito em facilitismos!
Mãe, és incrível e adoro-te :)
(imagem daqui: https://www.facebook.com/NestleFitnessPortugal)
No outro dia tive uma conversa super sincera com a minha amiga T. Apesar de sermos muito diferentes uma da outra, somos amigas desde que nos conhecemos. Ela é faladora e eu mais calada. Ela é aquela pessoa de quem se gosta imediatamente a partir do momento em que se conhece e eu acho que passo um pouco por introvertida e antipática e torno-me mais "likeable" depois de me conhecerem. Ela fala com a mesma facilidade de problemas pessoais como do tempo que faz lá fora. Eu consigo falar de tudo, menos dos meus problemas. Ela não tem filtro e eu, aparentemente, além do meu filtro devo ter herdado também o dela. Simplesmente não consigo (aliás, tenho que fazer aqui um aparte para me corrigir: cada vez consigo mais, mas ainda assim estou bem longe do nível que pretendia. mas acho que vai melhorando aos poucos) falar dos meus problemas. Tenho sempre uma vontade imensa de chorar e as lágrimas toldam-me os olhos e as palavras morrem na garganta. Acho mesmo que se calhar não me fazia mal umas sessões de psicoterapia para lidar com esta dificuldade de falar, mas às tantas se calhar lá também não iria conseguir falar. Devia conseguir controlar esta insegurança, mas simplesmente não sei como.
Voltando ao assunto... falámos e ela, apesar de lhe ser fácil dizer o que pensa, aparentemente tinha muito para me dizer que não conseguiu fazer antes. Disse-me que estou a ficar um pouco obcecada com a ideia de estar sozinha e que o meu objectivo de vida não pode ser arranjar alguém nem me devo validar pela presença ou ausência de alguém na minha vida.
E eu entendo o que ela quer dizer. Aliás, não ando a inscrever-me em sites de encontros amorosos nem ando a oferecer-me por aí, não pensem... Mas simplesmente, estar com alguém, ter alguém na minha vida e ao meu lado foi sempre algo tão natural e tão presente que agora me sinto um pouco perdida sem isso. E apesar de gostar de estar sozinha e de não estar para aqui a morrer pelos cantos nem a chorar como uma doida por estar sozinha, não faz sentido, para mim, ter passado toda a adolescência "presa" a alguém e agora, quase aos 27 anos, estar satisfeita por estar sozinha. Devia ter sido tudo ao contrário. Não é agora que vou ter curtes com este e com aquele. Não é agora que vou fazer maluquices. Sei lá, não me faz sentido. E é isso que sinto. Sinto que agora é que devia ter alguém. Agora é que devia estar a assentar. E sinto que o tempo está a passar e qualquer dia sou "demasiado velha". E considerando que faço 27 para a semana, estes dias estão a ser sentidos de forma diferente. Nem vontade para festejar tenho. Sinto-me velha. E este sentimento só pode mesmo piorar porque a idade só aumenta.
E se pedíamos uma torrada -
"Olhe que os folhados de salsicha estão quentinhos."
- se pedíamos um queque -
"Olhe que os folhados de salsicha estão quentinhos."
- se pedíamos algo que não fosse um folhado de salsicha -
"Olhe que os folhados de salsicha estão quentinhos."
Depois, havia as pessoas que diziam folhados de chalchicha. Em fins de tarde, eu e o Mefistófeles sentávamo-nos perto do balcão e fazíamos apostas sobre o número de pessoas que iriam dizer chalchicha num determinado período de tempo (5 ou 10 minutos cronometrados de despertador). O Mefistófeles era sempre menos crédulo nas competências do ser humano e ganhava sempre.
Andei que tempos para ver o filme Bucket List. Não sei por que razão adiei tanto.
Mas a verdade é que, apesar da qualidade do filme e claramente dos actores que nele entram, este filme deixou em mim um sentimento de nervosismo, insatisfação e medo. Porque, pelas minhas qualidades pouco aventureiras e decididas e de liderança, tenho tendência a deixar passar momentos, oportunidades... Tenho tendência a não lutar pelo que quero, pela simples razão de muitas vezes nem sequer saber o que quero, porque simplesmente não penso nisso. E porque é que não penso nisso? Por preguiça? Por medo de estabelecer metas que potencialmente posso não atingir? Não sei a razão...mas por outro lado também tenho medo que muito da vida me passe ao lado. E pior que isso, é, no fim da vida, me arrepender do que não fiz, de onde não fui.