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Esta semana tem sido longa, trabalhosa...e ainda não acabou... aliás, só acaba no final da semana que vem.
Não há nada de grande relevo a comentar.
Excepto que a música da Dave Mathews Band que me atormenta não pára de dar no rádio.
A fotografia de que falei há uns dias não tem o significado pretendido por quem a postou, tal como a linguagem corporal dos protagonistas me indicava. Gosto dela. É forte, decidida. Não volta atrás com a palavra, não cede. Gostava de ser assim e respeito-a imenso por isso, apesar de não a conhecer.
Hoje estou assim...ansiosa.
Não sei se é de ser domingo, se é da chuva que cai lá fora, se é do silêncio que se faz sentir.
Ontem tive um jantar de aniversário da minha amiga T. Foi bom, foi divertido estar com pessoas com quem me sinto bem. E ontem sentia-me bem. Vesti a minha mini-saia nova, vesti as minhas peças amarelas preferidas e sentia-me bonita. Estava lá um amigo da T com quem ela queria fazer arranjinho e apesar de não termos falaro muito, senti que olhava para mim frequentemente e isso também me fez subir a auto-estima.
Assim que cheguei a casa, ao ver o feed de notícias do facebook, deparei-me com uma fotografia que me deixou incomodada e não sei bem porquê. Os meus sentimentos, a complexidade dos meus pensamentos confundem-me e deixam-me ansiosa. Uma foto do L com a ex-namorada. E independentemente de já não termos nada e praticamente não conversarmos um com o outro e de, claramente, eu não nutrir qualquer tipo de sentimentos por ele, a fotografia deixou-me ansiosa. Porque vejo toda a gente com alguém. E sinto-me sozinha, sinto que sou a pessoa mais sozinha... e depois disso, para melhorar o meu estado de espírito, o R veio falar comigo. E sempre que o faz, sinto nas suas palavras arrependimento da decisão que tomou, sinto que se sente triste por falar comigo do lado de fora, por já não fazer parte da minha vida e só consigo pensar "então porque é que te foste embora? porque é que não lutaste por mim se era isso que querias?". E a solidão intensifica-se, torna-se quase palpável. E adormeci num misto de ansiedade, dor psicológica, saudade de tempos passados, cansaço acumulado e falta de um futuro certo. E hoje, ao acordar mais um drama entre amigos, mais uma discussão em grupo, mais uma tempestade que nos ameaça a todas, enquanto amigas. E, como apaziguadora do grupo, sinto que vai sobrar para mim. A minha amiga J diz que não quer perder tempo com parvoíces, que tem imensas coisas na vida que quer fazer e não tem tempo para tudo. Eu sinto que o meu tempo me sobra. E que queria preenchê-lo mais. mas não sei como, nem com quê. Quero mudar e não sei por onde começar. E irrita-me o meu discurso ser sempre o mesmo. E custa-me a J achar que pode dispensar amigas, quando eu queria, em modo mesmo quase desesperado, ter ainda mais amigas.
E o L com a ex-namorada (ainda que a foto seja uma foto de grupo e ela esteja fisicamente a afastar-se dele, como comprovado por observações de meras técnicas de linguagem corporal) e o R que não pára de me fazer pensar em como tudo foi um erro e as minhas amigas que apenas querem viver as suas vidinhas sem objectivos e sem sobressaltos e a J que quer tudo aquilo que não tem e eu que quero mais sobressaltos, mais emoção, mais gente nova na minha vida...e é domingo e chove lá fora. E já chorei. E já estive zangada. E já estive em modo i don't caree preciso realmente de uma mudança. De emprego, de vivência, de convivência, de atitude.
Cada vez mais acho que me foco no que não interessa. Tenho tanta necessidade que as pessoas gostem de mim, que às vezes me esqueço de mim. Preciso de saber que precisam de mim, que gostam de mim, que apreciam a minha companhia, que se lembram de mim, que pensam em mim com carinho e saudade.
E isto a propósito de quê?
Hoje vi o L. E foi como se nada fosse. Foi como se o que tivemos não tivesse acontecido. Falou para mim (o pouco que falou), como para qualquer outra pessoa. Foi-se embora sem esperar para se despedir de mim. Nem uma palavra em como ia aparecer antes. Nem uma palavra depois de se ir embora. E eu começo a pensar que se calhar foi tudo na minha cabeça. Mas não foi. Eu não me podia enganar tanto... As coisas aconteceram. Havia interesse mútuo. E eu não pedia um anel no dedo, um compromisso, mas pedia respeito. E fico furiosa com isto. Porque nunca me salvaguardei a mim e aos meus sentimentos, à minha vida, em detrimento de um sentimento passageiro, uma "cena" que nem chega a ter definição de género nenhum por uma pessoa que, aparentemente, não merecia nenhum tipo de consideração da minha parte, porque ao contrário, também não a houve. Uma pessoa que para mim significava qualquer coisa, só o poderia significar, visto que o deixei entrar na minha vida, mas que, ao contrário, eu, para ele, fui completamente indiferente. E isto dói. E dói porque custa passar pela vida de alguém e não deixar marca de género nenhum. E irrita-me. Irrita-me ter passado tanto tempo a pensar nele, quando ele não merecia nem metade.
E chateia-me, ainda mais, o facto de estar para aqui irritada e nervosa, só de pensar nisto. Quando sei que não existe nele nem sequer a réstia de pensamento nenhum sobre mim.
E depois o que me custa ainda mais é eu ficar com dúvidas sobre mim. Sobre se a culpa é minha, de alguma forma. Se foi alguma coisa que fiz, se foi a minha maneira de ser que não cativa ninguém. Que não mantém ninguém por perto durante muito tempo. Irrita-me ele ter este tipo de poder sobre mim, e eu ter deixado.
Porque não sei com que género de pessoas ele se dá, mas eu não deixo qualquer pessoa entrar na minha vida, entrar na minha casa... Ele, para mim, não foi um qualquer e, como consequência, esperava não ser também uma qualquer para ele. Mas não. E já chega.
Na noite passada sonhei com ele.
Sonhei que estávamos juntos, no alpendre da casa dos meus avós, a conversar sobre nós, sobre o nosso passado, o que tinha corrido mal entre nós, sobre os bons momentos que passámos juntos (todas estas memórias, estes momentos, pareciam passar como um filme numa televisão que não existia). Depois disso, falámos do que podíamos mudar e falámos de um possível futuro a dois, um futuro com os dois, mas diferente do que tínhamos, de forma a resultar.
Depois de tudo isto, e de decidirmos que íamos tentar novamente, ele fugiu. Saiu de casa a correr, entrou no carro e não olhou para trás.
Hoje à tarde, recebo mensagem da minha amiga T a dizer que tinha sonhado que eu e ele estávamos juntos novamente.
Odeio arrependimentos. E é coisa que não falta na minha vida.
Já aqui falei no grande desejo que tinha de conseguri controlar o tempo. Pará-lo, caso fosse necessário pensar antes de agir. Atrasá-lo, para alterar um caminho mau.
E quando nos últimos tempos tenho tantos pequenos momentos que gostava de mudar, tantos mini pormenorzinhos que se melhor pensados na altura correcta, tinham, possivelmente, mudado o rumo do meu percurso.
E o que me enerva mais nisto tudo é que tenho perfeita noção qual foi o momento preciso em que o status da situação mudou. E sei precisamente o que deveria ter feito. E chateia-me nessa altura não ter tido a clareza de espírito para perceber e ter feito ou dito o que devia. E chateia-ma ainda mais que, em conversa com outros, perceba que era tudo realmente fácil, quando me apontam os meus erros. Erros que sei claramente que fiz e dos quais estou extremamente arrependida. Dedo na ferida...
É incrível a forma como a vida se apresenta de forma tão distinta para uma e outra pessoa. Como, para uns, é tão difícil atingir aquilo que para outros é tomado como garantido. Não sei como cheguei aqui. O que me aconteceu para ter chegado a este ponto. Não encontro nada significativo no meu passado que explique esta situação. (será que esqueci? parece-me improvável) Não sei como posso ter deixado passar tanto tempo até chegar a este cruzamento em que vou deixar de seguir em frente, de forma quase mecânica e sem escolha, para fazer um desvio no caminho, mudar de rumo. Não sei como foi possível que outros tivessem deixado esta situação se arrastar durante tanto tempo. Mas não posso culpar os outros. Só me posso culpar a mim. Por não ter sido mais forte no passado, por não ter dado importância suficiente e ter deixado andar. Por ter andado estes anos todos envergonhada, por não ter sabido lidar com sentimentos, constrangimentos, medos, dúvidas. E é isso que me assusta. Será possível que nunca me tenha preocupado o suficiente para desejar efectivamente mudar uma situação que me condiciona? A mim, à minha vida, ao meu futuro. Será que vou, finalmente, conseguir ser uma pessoa "normal"? Tenho medo e, para isto, não posso ter. Tenho que me deixar de medos. Será que vou conseguir? Quero não ter dúvidas nenhumas. Quero acreditar que sim. Que "vamos conseguir superar isto". Mas estou tão arrependida de não o ter tentado antes...
Enfim, mas o percurso agora é outro. É mais injusto. É tão só. É mais meu. Mas vou conseguir chegar à meta, ao destino (e rápido) espero.
Calculo que tudo isto pareça muito sem sentido, sem explicação. Mas, para mim, neste momento, é o centro da minha vida. É a minha meta pessoal do momento, a minha mala Channel preta, se assim quiserem entender... É tudo aquilo que mais quero. É o meu desejo de ano novo, de morder velas nos aniversários, de quando dois aviões se cruzam no céu, quando encontramos uma pestana.. Sempre que há um desejo a pedir, é isto que eu quero. E agora estou mais perto. Estou a caminho. E tenho receio de não conseguir sozinha.
Foi só um desabafo antes de ir dormir.
Ontem dei o segundo passo.
O primeiro foi, como escrevi aqui há uns dias, assumir o problema e decidir que o queria superar.
O segundo, dei-o ontem. Desta vez não foi só pensar e esperar que desaparecesse. Desta vez tomei as rédeas e vou enfrentá-lo de frente. Já o assumi, já iniciei a sua superação. Já é meio caminho andado. Com ajuda, vou chegar onde quero. E ontem já me disseram "vamos ultrapassar isto, vais ver".
O resto, tem que partir de mim. Vou ter que confiar mais em mim. Vou ter que me libertar de todos os traumas e medos e paranóias com que tenho vivido desde que me lembro. Vou ter que pensar que não há razão para não ser feliz. Vou pensar mais no que eu quero, ser mais assertiva e decidida. Vou ser feliz, um dia de cada vez. E um dia, quando menos esperar, vou parar e pensar que finalmente cheguei exactamente onde queria.
Tenho andando bem.
O trabalho distrai-me. O regresso do inglês também.
Ainda não consegui manter a promessa de deixar de roer os dedos (sinal de que ano nervosa...)
Tenho voltado a falar com ele. E isso faz-me lembrar o nosso passado, o meu passado, o que fazíamos juntos, tudo o que fazia sentido. Há uns dias, voltou a passar-me pela cabeça a possibilidade de voltarmos a estar juntos. Tudo porque me surpreendeu com um simples "i know you". Voltei a sentir-me sozinha. E com a chegada daquela altura especial do mês, que me desarranja tanto os humores, tenho medo de me ir abaixo novamente.
E depois acontecem aquelas situações em que ouvimos uma música que parece que conta a história da nossa vida e a tristeza instala-se.