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O efeito borboleta

here in littlebubble, em 01.11.12

Às vezes penso como é possível que uma situação pontual, num passado tão longínquo, ainda consiga atravessas todos este espaço de tempo, até ao dia de hoje, só para me magoar.

Às vezes penso como é que o efeito borboleta efectivamente funciona. Como é que o que fazemos ou dizemos consegue efectivamente transtornar a vida de alguém de um modo tão irreparável quando para nós não passou de um mero ponto de memória.

 

Hoje alguém que já teve alguma importância no meu passado resolveu limpar a alma e dizer-me tudo aquilo que tinha armazenado para me dizer. Disse-me o quanto a magoei, expôs situações das quais não me lembrava sequer, como se tivessem sido efectivamente registadas para mais tarde recordar. Foi duro de ouvir. Porque para mim as coisas estavam resolvidas. Porque para mim não teve a mesma importância. Para mim teve, sim, em tempos, muita importância, depois passou a ter menos até ter desaparecido. Aqui há uns meses atrás voltou a surgir à superfície, mas por breves instantes, como se fosse o último fôlego de uma situação que já se arrastava há mais de uma década. Pensava eu que o assunto estava morto e encerrado. Para mim sim, mas do outro lado não estava esquecido.

 

Às vezes penso em como tudo poderia ter sido dieferente se nos tivéssemos sentado e tivéssemos discutido as nossas diferenças, resolvido o que nos separava de forma a podermos continuar caminho, paralelamente, ou em direcções completamente opostas. Mas pelo menos o assunto ficava por aí.

 

A mim juntou-se alguém como uma personalidade a rasar a minha e daí só podia ocorrer a criação de cenários imaginados de "E se ela pensa que...?"  típicos meus, com medo de falar, medo de tomar iniciativa, medo de cair no ridículo. Se calhar era melhor ter dado esse passo nessa altura, mesmo se dedos fosse apontados e gargalhadas não para mim, mas de ti, fizessem ecoado no espaço. Se calhar teria sido melhor, porque também poderia ter sido enterrado o machado da paz e pudéssemos, finalmente, co-habitar em grupo sem este tipo de pensamente que foram corroendo, acumulando, empacotando, enchendo, enchendo, enchendo, até que, num dia de guarda mais baixa, tiveram que sair cá para fora.

E doeu o que ouvi. Doeu saber que situações que criei devido à minha personalidade encantadora, fizeram alguém sofrer anos a fio, mesmo debaixo do meu nariz, mesmo sem eu notar. Ela sofreu e criou raízes de ódio que ficaram e se cravaram e cresceram como erva daninha no seu coração. E agora já não sofre. Tornou esse sofrimento em ódio. E dói. Dói saber que tinha sido tão fácil as coisas não terem seguido por este caminho. Dói saber que há por aí alguém que me odeia com esta imensidão, que me despreza, que me espezinhava se tivesse (ou se tiver) oportunidade.

 

Bastava em alguma situação eu ter saído do meu casulo e ter dado um passo em frente. A minha vida e as situações que já vivi não me permitem, ainda hoje, lutar de armas em punho, lutar mesmo a sério, pelas coisas que quero.

Gostava de ser mais forte, mais decidida, mais sem medo.

Acho que a minha vida mudava para (muito) melhor.

 

E em vez de estar aqui sozinha, talvez estivesse acompanhada. E talvez lá fora não estivesse alguém que me odeia, mas uma amiga a quem podia ligar para irmos beber um café.

 

E por muito que decida mudar, estas correntes de comodismo e medo, prendem-me os movimentos e as intenções.

E de vez em quando, o passado manda-me um lembrete destes para ainda conseguir mudar o presente, de forma a garantir um futuro.

 

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às 16:44


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