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Tenho saudades dos beijos.
Tenho saudades da cumplicidade, dos olhares trocados sem serem precisas palavras, da troca de ideias telepáticas.
Tenho saudades do estremecer antes do primeiro toque, das borboletas que esvoaçam no estômago.
Tenho saudades do primeiro avanço e do recuo para logo voltar a avançar.
Tenho saudades de ser o mundo de alguém e de ser a primeira coisa que esse alguém pensa quando acorda e a última em que pensa, antes de adormecer.
Tenho saudades daquele momento infinito de paixão e êxtase, com pitadas de vergonha, que antecede o primeiro beijo. A mão dele na minha nuca e a minha no seu ombro. A carícia e finalmente o toque dos lábios.
Tenho saudades de tudo isso e muito mais.
Era tão mais fácil que fosse verdade que o amor espreita em cada esquina. Nestas esquinas por onde passo, não está nada à espera. Ou já lá alguém passou antes...
Porque é que a vida não é como nos filmes em que o amor nos bate à porta? Ou realmente chocamos com a nossa alma gémea numa esquina qualquer? Ou os nossos cães se apaixonam primeiro e depois nós?
[Note to self: arranjar um cão, just in case]
A minha mãe sempre me disse que as coisas pelas quais lutamos têm mais sabor, mas só queria que não fosse preciso uma luta imensa para tudo e mais alguma coisa.
Se calhar o amor não precisa de tanta luta. Simplesmente acontece. Mas para isso, devia sair desta casa. Mas não sei como.
E continuo a ter saudades...