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Hoje estou em dia não. Mais do que nunca me sinto sozinha, mas ao mesmo tempo não quero ver ninguém. Passo o dia ansiosa que ele passe, para poder voltar para casa mas quando aqui chego, sinto um desalento enorme pelo que silêncio que se ouve, pela solidão que acarreta.
Hoje, mais do que nunca, tenho vontade de chorar, por mim, por nós mas mais por mim. Por tudo o que perdi, pela companhia que já não tenho, pelos sorrisos que deixei de dar, pela partilha que se foi, por tudo o que fizemos e o que fomos sempre deixando para depois, para um depois que nunca chegou. Porque o amor é um sentimento egoísta, e quando perdemos alguém, o que mais doi não é a vida a dois que se perdeu, mas o facto de termos que viver as nossas vidas sem essa pessoa. E o sentimento de impotência, de desalento, de "podia ter feito mais/podia ter feito melhor" vem ao de cima, e com esses sentimentos, vem anexada a culpa.
Não me queria sentir culpada mas sei o que o sou. Mas serei mesmo? Porque fui eu que fiquei aqui, enquanto tu desististe e saiste da nossa porta para fora, de armas e bagagens, para fora da nossa vida, da minha vida, do nosso sonho construído a dois. Eu fui corajosa e fiquei. E tu? Que saíste, que disseste que não dava mais, que não havia volta a dar, que não havia nada a fazer, que não vali a pena? Posso ser culpada de muita coisa, mas de desistir não.
E hoje estou em dia não. E hoje, mais do que nunca, sinto-me sozinha.
E hoje, mais do que nunca, estou presa na minha pequena bolha, sozinha.
E hoje, mais do que nunca, tenho medo de nunca mais daqui sair, de nunca mais ninguém entrar.
E hoje, mais do que nunca, sinto que não sei como seguir, como sair daqui, sozinha.