Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
http://destante.blogspot.pt/2014/11/passatempo-editorial-presenca-com-o.html
Mais um passatempo Destante Blog.
Cada vez mais me convenço que aponto sempre para situações impossíveis. E com isto não quer dizer que me esforce para atingir o inalcançável....infelizmente! Quero mesmo dizer que aposto em situações impossíveis que não vão, de todo, chegar a bom porto.
Os currículos que envio são para sítios onde à partida não irei ficar porque não tenho experiência.(porque o faço? medo da mudança? medo de efectivamente conseguir trocar de emprego e falhar?)
A última paixão que tive foi por uma pessoa que mora a 300km de mim. (apesar de saber que nunca iria funcionar, embrenhei-me nesta situação, dei de mim, investi emocionalmente numa relação que não ia passar de uma intenção)
Quero mudar de vida. De emprego, de casa, de cidade. Resumindo, de vida. (e não invisto em cada um individualmente. simplesmente fico amarga por nada acontecer.)
Sim, sou sonhadora. Mas não sonho o suficiente. Não sonho sonhos grandes para mim, para o meu futuro. Sonho irrealidades.
Querer e não conseguir. Por falta de destreza, por falta de capacidade, por factores que nos são alheios, por medo de falhar, por medo de não conseguir, por falhanços passados e receio de os repetir no futuro. Porque ninguém acredita em nós (nem nós próprios). Independentemente da razão, é uma frustração indescritível, um sentimento de desespero que se traduz em diminuição da auto-estima e credibilidade própria. É achar que depois tudo se extrapola daí e que, realmente e para todos os efeitos, falhámos. Falhamos. Continuamente, continuadamente, sempre e para sempre.
Quero afastar a mente deste pensamento. O facto de não conseguir agora não é, de todo, garantia que falharei para sempre. Aliás, não vai ser, porque o quero com todas as forças, porque o desejo mais que tudo no mundo. Um triunfo. Aliás, este triunfo. Vou conseguir. A jornada começa aqui.
Hoje zanguei-me com uma amiga de longa data. Não foi uma zanga feia e sei que não vai durar muito tempo (porque nunca dura e as nossas zangas são sempre à volta do mesmo).
Esta minha amiga é uma mulher lindíssima, simpática...é mesmo daquelas pessoas de quem se gosta à primeira vista. Mas quando está numa relação, torna-se a pessoa mais submissa e apagada que há e só vive para a outra pessoa.
Tínhamos combinado uma saída de meninas e ela não pode porque ele não pode, não quer ou não quer saber. E irrita-me que ela viva em função dele, quando ele nunca o faz, quando ele faz o que quer, independentemente do que ela pense. E isto é algo que me toca pessoalmente, porque também eu vivi muito tempo em função de uma pessoa e quando essa pessoa decidiu sair da minha vida, vi-me completamente sozinha, porque fui cortando os laços, sem querer ou por simplesmente não os ir mantendo, com as outras pessoas da minha vida. E hoje sei como isso foi errado e o quanto custou o recomeçar de laços. E não queria que ela passasse pelo mesmo. Mas por outro lado, não posso viver a vida por ela, nem tomar as suas decisões, nem evitar que cometa erros. Porque, às tantas, o que aconteceu comigo pode não acontecer com ela. E lá porque eu não tive um final feliz, não quer dizer que o mesmo não se passe com eles.
Às vezes, acho que nestes aspectos, sou um bocado egoísta. Porque assumo automaticamente que o pior vai acontecer com as outras pessoas, porque foi o que aconteceu comigo e isso faz com que, pelo menos a determinado nível, a culpa de tudo ter corrido mal não tenha sido minha. E assim posso pôr a culpa na falta de sorte, na porcaria do destino, na p**a de vida, nele, por ser um fraco... enfim. Tudo para evitar responsabilidades.
Mas desde aí, aprendi uma lição, ao menos isso. Tento, ao máximo, não depender de ninguém. Mas é tão difícil, quando se está sozinha... Com quem vou a concertos, com quem vou ao cinema, com quem vou de férias...
E tudo isto para chegar à conclusão de que se calhar me zango com a S porque, na realidade, tenho ciúmes do que ela tem, por mais imperfeito que seja.
When it rains, look for rainbows.
When it's dark, look for stars.
Dia de meltdown.
Já não acontecia há muito. Calhou ser hoje. Se calhar não ajudou o facto de estar doente e ser mais cansativo respirar. Se calhar não ajudou o facto de estar cansada e para a semana ir trabalhar 11 horas por dia e já estar a sofrer por antecipação. Se calhar não ajudou o facto de estar um dia lindo lá fora e eu ter estado fechada em casa todo o dia. Se calhar não ajudou o facto de ter visto que o meu ex está de férias com a sua nova namorada em Itália, quando quando estava comigo era um forreta do pior que nunca queria gastar dinheiro em viagens. Se calhar não ajudou o facto de não me sentir bem na minha pele, de querer mudar e continuar sem saber como. Se calhar não ajudou o facto de estar à espera de um telefonema que teima em não chegar (e se calhar não vai chegar mesmo). Se calhar não ajudou o facto de o ambiente no trabalho estar cada vez pior e de já não me sentir lá bem, mas não ter como mudar neste momento. Se calhar não ajudou o facto de não ter coragem.
Ontem estava a fazer contas de cabeça. Fez ontem exactamente um ano em que fui sair com três grandes amigas para uma discoteca e foi a maior loucura. Nessa noite prometemos que o iríamos fazer mais vezes. Não só não o voltámos a fazer como agora, um ano volvido, praticamente não falamos umas com as outras. A ampulheta do tempo mexe, a vida continua, as pessoas mudam, assim como os seus interesses, vivências e vontades. Já praticamente não falamos umas com as outras, mas o mais triste de tudo é que isso não me deixa triste.
Há amigos que são para sempre, mas a maioria das pessoas que, em determinada altura passa pela nossa vida, por muita amizade que se partilhe, não ficam de vez. Aliás, com o passar do tempo, cada vez me apercebo mais que quase ninguém é para sempre.
O que importa é haver renovação. Uns saem para dar lugar a outros. O nosso coração não é infinito, nem a nossa memória, nem o nosso tempo. E como a amizade é feita de memórias, tempo e sentimentos, há alguns amigos que vão sendo deixados para trás pelo processo natural de selecção.
Desde esse dia, há um ano atrás, muita coisa mudou na vida destas quatro (em tempos) grandes amigas. Mas foi a minha vida a que menos mudou. Eu bem sei que sempre disse que não gosto de mudanças, mas oh Vida!! Vá lá, já estava na altura. Eu sei que as mudanças deviam ser iniciadas por mim mas não era tão mais fácil se houvesse uma ajudinha por parte de alguém?
Este ano preciso mesmo de mudar, de uma maneira ou de outra.
Uma mudança já houve. E chama-se Fred.
Já se passaram mais de quatro meses desde a última vez que escrevi. Escrever, para mim, é uma terapia. Portanto será bom ou mau sinal não escrever? É bom, por um lado, porque não estou no fundo do poço (que é, normalmente, o incentivo que me faz escrever) mas mau, por outro, porque ao escrever faço-me questionar, aprofundar, sentir, desabafar e não escrever é uma forma de evitar este processo.
Resumindo, não estou mal, mas não estou completamente feliz. Isto, porque, quando estou nestas fases mais cansativas da minha vida, prefiro não pensar no dia seguinte, na rotina, no facto de nada mudar e estar numb, simplesmente numb.
Não sei se ainda tenho a mesma fluidez de escrita, o mesmo género de raciocínio, se o meu português piorou...
Há muita novidade. Vou contando aos bocadinhos.
Passatempo de Natal do blog Estante de Livros
Participem aqui.